O OLEIRO E A XICARÁ
Jeremias 18:3-6 – "E desci à casa do oleiro, e eis que
ele estava fazendo a sua obra sobre as rodas, Como o vaso, que ele fazia de
barro, quebrou-se na mão do oleiro, tornou a fazer dele outro vaso, conforme o
que pareceu bem aos olhos do oleiro fazer. Então veio a mim a palavra do
SENHOR, dizendo: Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de
Israel? diz o SENHOR. Eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na
minha mão, ó casa de Israel."
INTRODUÇÃO – Sabe, eu fui uma vez uma massa
informe, comum, de barro cinzento, sem nenhuma diferença de todas as outras
massas de barro. Um dia fui arrancada da terra, colocada numa caixa e enviada
além mar. Achei-me depois numa oficina de um oleiro. Fiquei jogada num canto no
chão por um longo tempo.
Um dia, o oleiro, com suas mãos fortes tirou-me do chão e
começou a amassar-me. Foi muito doloroso. Eu gritei: “Pare!” O que você está fazendo
comigo? “Pare! Pare”. Mas
o oleiro replicou: “Não, ainda
não”
Quando eu pensava que minha prova havia terminado, o oleiro
colocou-me firmemente em uma superfície áspera. Logo, a superfície começou a
girar. Eu comecei a dar voltas e voltas e fiquei tão tonta que já não podia
enxergar. E fiquei enjoada, sentindo náuseas. “Pare, eu gritei, por favor, pare! Não posso
suportar isto! Suas mãos estão me apertando enquanto eu giro. Por favor, estou
lhe rogando, pare” Mas o oleiro delicadamente respondeu: “Não, ainda não”.
Finalmente o giro cessou e eu me senti muito agradecida.
Até que enfim, pensei, vou voltar à prateleira onde estarei a salvo. Muito
curto foi o meu alivio. O oleiro pegou-me mais uma vez e colocou-me em uma
superfície aquecida e áspera, fechou a porta e deixou-me ali no escuro. Logo
aquele local começou a aquecer-se, cada vez mais, até tornar-se
insuportavelmente quente. Tire-me daqui, eu gritava ao oleiro, eu não posso
suporta o calor, está acabando comigo! Por que está me torturando assim?
Suplico-lhe, tire-me daqui. Mas o oleiro respondeu-me tranqüilamente: “Não,
ainda não”.
Logo a porta abriu-se e eu senti o alivio de uma brisa fria
entrando. Puxa! Pelo menos isso terminou, suspirei baixinho. Mas logo senti a
mão do oleiro em mim de novo. Desta vez, sua mão segurava um pequeno objeto
que, uma vez mergulhado em um liquido escuro e de forte cheiro, derramou sobre
mim. Tossindo e ofegando eu gritei: “Por favor, pare com isso! Não
posso suportar isso caindo em mim. Eu não posso respirar, suplico-lhe, por
favor, pare”! Mas o oleiro respondeu-me: "Não, ainda não”.
Finalmente, quando o ar ficou puro, fui colocada na
prateleira, assombrada pela prova pela qual havia passado e sentindo-me
agradecida por haver terminado. Ainda imersa em pensamentos, ouvi os passos do
oleiro e então senti suas mãos levantando-me da prateleira e levando-me
delicadamente para… Oh! Não, o forno de novo não! Oh! Não! Clamei. Por favor,
por favor, não me ponha aqui de novo! Eu realmente não posso suportar isso. Por
que você está me torturado assim? Por quê? Por quê?
O oleiro não deu nenhuma resposta, enquanto fechava a porta
do forno e o calor começava a aumentar. Dessa vez o forno foi aquecido mais do
que da última vez. Eu me senti consciente de que corria perigo, mas logo o
calor começou a dissipar-se e então, mais uma vez, eu senti o alívio de uma brisa
fresca quando a porta do forno foi aberta e com luvas em suas mãos, o oleiro
tirou-me para fora.
Fui deixada sobre a prateleira por um longo tempo, até que
um dia o oleiro pegou-me e trouxe-me perto de um espelho. Quando me ergueu, ele
perguntou-me o que estava vendo. Eu estava atônita, pois lá no espelho estava a
mais bonita xícara de chá que eu jamais havia visto em minha vida. Ela fora tão
delicada e perfeitamente trabalhada. Fiquei sem ar por um momento. Nunca,
jamais eu poderia imaginar algo tão belo diante de meus olhos e como a
habilidade do oleiro pudera criar um tesouro tão delicado.
Eu ia falar sobre isso quando o oleiro disse: "É
você". Eu não podia acreditar no que meus ouvidos ouviam. Não,
respondi isso não sou eu. Eu sou uma massa informe de barro. Eu sei quem sou.
Que crueldade a sua fazendo-me pensar que eu poderia ser algo assim tão belo!
Eu não estou enganando você. O oleiro respondeu-me delicadamente. Isso aí é
você. Atordoada, eu olhei para mim mesma duvidando. Eu sempre pensara de mim sendo
uma massa de barro. Eu sabia quem eu era e me sentia confortável. Como poderia
o oleiro ter-me transformado em algo tão magnífico? “Mas lá estava eu e
agora estou aqui com você”.
É claro, xícaras de chá não falam. Mas você se encontrou,
nesta história da xícara de chá? Talvez você ache difícil crer que Deus quer
tomar você como você está e pelo toque de Suas mãos, transformá-lo em algo
maravilhoso, lindo e útil para o seu Reino. Talvez se veja a si mesmo
rodopiando frente às circunstâncias, ou enfrentando o fogo da purificação ou
das provas. Não importa onde você está ou como você vê a si mesmo. Deus quer
colocar Suas mãos em você e moldá-lo num perfeito e escolhido vaso como somente
um grande Mestre Oleiro pode fazer.
DEUS TE ABENÇOE...
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